SEXO, ARTE E EMANCIPAÇÃO FEMININA: o processo de reescrita da pornografia através do movimento pós-pornô

Autores

  • Juliana Goldfarb Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Palavras-chave:

Reescrita, Pornografia, Feminismo queer

Resumo

Muitos estudos contemporâneos compreendem a tradução como um processo de reescrita, refletindo a ideologia e o contexto de quem traduz. Segundo Lefevere (1992), a “(re)escrita é manipulação, realizada a serviço do poder, e em seu aspecto positivo pode ajudar no desenvolvimento de uma literatura e de uma sociedade”. Pretendo, com esse trabalho, refletir sobre o processo de reescrita no movimento pós-pornô, uma das ramificações mais subversivas da produção pornográfica. A pornografia hegemônica é realizada, sobretudo, por e para homens, e seu conteúdo reforça os estereótipos de gênero e cria padrões de sexualidade que normaliza a violência (física e simbólica) contra a mulher. Em reação, grupos feministas passaram a reivindicar uma linguagem que represente a emancipação sexual feminina. Surge assim o pós-pornô, com a intenção de se utilizar dos recursos da pornografia convencional para desnaturalizar seus papeis sexuais utilitários e incompletos. O pós-pornô é um movimento artístico e político, que está profundamente ligado às teorias do feminismo queer, e por isso as contribuições de Butler (2003) e Preciado (2000) serão essenciais para uma maior compreensão dessas vozes que se identificam como minorias de gênero, mas não se sentem representadas pelo feminismo tradicional. Utilizarei também o já citado Lefevere (1992), para elucidar as questões relativas à reescrita, além de outros textos como o de Arrojo (1996), que discute os estudos de tradução na pós-modernidade e a reescrita através da autoria feminina.

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Biografia do Autor

Juliana Goldfarb Oliveira, UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Graduanda em Letras - Português.

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Publicado

2014-12-19

Edição

Seção

Artigos