Formação de Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais em João Pessoa

Autores

  • Saulo Nascimento Costa Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

Formação de Tradutores e Tradutoras, Língua de Sinais, Dificuldades de tradução.

Resumo

Existem poucos espaços de formação específicos para o tradutor e intérprete de Língua de Sinais no país, embora seja crescente o número destes profissionais, principalmente, nos espaços educacionais. Em João Pessoa, o Curso de Extensão em LIBRAS da UFPB se tornou um dos principais espaços de formação para os que desejam seguir a carreira como tradutores e intérpretes de Língua de Sinais. O presente trabalho discute, a partir de atividades desenvolvidas no curso de extensão de LIBRAS da UFPB no período de agosto de 2016 a junho de 2017, as principais dificuldades apresentadas para a tradução de LIBRAS para português e de português para LIBRAS dentre os tradutores e intérpretes de Línguas de Sinais em formação. O principal objetivo deste trabalho é demonstrar que, a partir de um espaço formativo adequado, pode-se inserir nos diversos espaços de atuação do intérprete de Línguas de Sinais profissionais mais seguros no exercício de sua profissão. Para o desenvolvimento das atividades durante o curso de extensão e deste trabalho, recorreu-se especialmente aos trabalhos publicados pela FENEIS, organizados por Neiva de Aquino Albres e Vânia de Aquino Albres Santiago, além dos trabalhos publicados de Carlos Henrique Rodrigues, Ronice Müller de Quadros, Lodenir Becker Karnopp, Karime Chaibue e Thiago Cardoso Aguiar, dentre outros. A metodologia empregada consistiu na análise das principais dificuldades dos tradutores e intérpretes de LIBRAS em formação a partir das atividades práticas entregues durante o período supracitado. Dentre as atividades propostas, haviam traduções de LIBRAS para português, na composição de textos corridos e de legendas, e de português para LIBRAS, na produção de vídeos a partir de diversos estilos de textos. Todas as atividades visaram estimular o tradutor e intérprete em formação a confrontar as dificuldades no momento de traduzir. Após as atividades, houveram debates em sala de aula, onde os tradutores e intérpretes em formação puderam expor as suas dificuldades, e discutir as diferentes estratégias encontradas para sanar as dificuldades. Os tradutores e intérpretes em formação possuíam diferentes níveis de formação e de experiência, desde os que nunca haviam exercido a profissão até os que já possuíam 12 anos de experiência como tradutores e intérpretes, alguns possuíam apenas o Ensino Médio Completo, outros já possuíam o título de mestre. Percebeu-se, durante a análise, que as dificuldades apresentadas nas atividades e relatadas durante as discussões em sala de aula são as mesmas relatadas da literatura recolhida: estruturas traduzidas com bastante influência da língua-fonte, as tendências dos gêneros nos textos traduzidos e o alongamento e a explicitação presentes no texto traduzido. Outro ponto discutido foi que as dificuldades apresentadas para as traduções de LIBRAS para português foram significativamente maiores do que nas traduções de português para LIBRAS. O último ponto discutido neste trabalho foi a variação linguística da LIBRAS. Os vídeos utilizados durante as atividades eram de diferentes lugares do país, o que gerou certas dificuldades no reconhecimento de alguns sinais. Espera-se com esse trabalho contribuir para que os tradutores e intérpretes de Línguas de Sinais da Paraíba enfrentem as traduções de forma mais segura e profissional nos diversos ambientes de atuação.

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Publicado

2018-03-01

Edição

Seção

Formação de tradutores e tradutoras