Pegada de carbono do ciclo de vida da celulose de eucalipto: estudo de caso numa empresa baiana

Autores

  • Carina de Farias Gonçalves Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Solange Rodrigues Santos Correa Universidade Estadual de Santa Cruz
  • Luciano Brito Rodrigues Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • José Adolfo Almeida Neto Universidade Estadual de Santa Cruz

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n4.31816

Resumo

Este trabalho avaliou a pegada de carbono no ciclo de vida da celulose de eucalipto produzido numa indústria na Bahia. O estudo considerou a importância ambiental e econômica da produção de celulose para o setor, bem como a crescente demanda na sua utilização pelas indústrias de papel e derivados. O cálculo da pegada de carbono foi realizado com base nos princípios da Avaliação de Ciclo de Vida conforme as normas ISO 14040/44. O estudo quantificou os fluxos de energia e materiais bem como, sua caracterização enquanto emissões de GEE, considerando as etapas de silvicultura, indústria e distribuição da celulose. O inventário foi construído com dados secundários através de consultas à literatura especializada e banco de dados Ecoinvent 2.2 para a silvicultura e, para as etapas industrial e distribuição através de relatórios anuais da empresa, formulários e planilhas de inventário das entradas e saídas coletados em visitas técnicas à fábrica. A pegada de carbono, calculada com o auxílio do software Umberto foi de 374,77 kgCO2-eq/tsa, superior à estimada nos relatórios de sustentabilidade da empresa. O consumo de hidróxido de sódio, dióxido de cloro, magnésio e, principalmente, o uso de combustíveis fósseis foram os inputs com maior contribuição na emissão do ciclo de vida da celulose, sendo este último o principal responsável. O MDL, implantado com base numa abordagem de ciclo de vida, pode contribuir para a melhoria do desempenho na emissão de GEE da celulose.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carina de Farias Gonçalves, Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis Área: Governança e Sustentabilidade Empresarial

Solange Rodrigues Santos Correa, Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis Área: Contabilidade Social e Ambiental

Luciano Brito Rodrigues, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Engenharia mecânica e Meio Ambiente

José Adolfo Almeida Neto, Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais Área: Bioenergia e Meio Ambiente

Referências

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 10.004:2004. Resíduos sólidos: classificação. São Paulo: ABNT, 2004.

Almeida, F. 2007. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier.

BPWG. 2010. Biobased Products Working Group. Principles for the accounting of biogenic carbon in product carbon footprint standards. In: Biotechnology Industry Organization.

BRASIL. 2012. Matriz energética brasileira tem 88,8% de geração de fontes renováveis. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2012/06/matriz-energetica-brasileira-tem-88-8-de-geracao-de-fontes-renovaveis. Acesso em: 19 Dez. 2014.

BSI, 2008. PAS 2050:2008. Specification for the Assessment of the Life Cycle Greenhouse Gas Emissions of Goods and Services. British Standards Institution, London.

BSI, 2011. PAS 2050:2011. Specification for the Assessment of the Life Cycle Greenhouse Gas Emissions of Goods and Services. British Standards Institution, London.

CARBON Trust. 2006. Carbon footprints in the supply chain: the next step for business. Report Number CTC616, Nov. The Carbon Trust. London, UK. Disponível em: http://www.carbontrust.co.uk Acesso em 12 Apr. 2014.

Garcia, R. and Freire, F. 2014. Carbon footprint of particleboard: a comparison between ISO/TS 14067, GHG Protocol, PAS 2050 and Climate Declaration. In: Journal of Cleaner Production. 66, pp 199-209.

Gonçalves, CF; Gouveia, ES; Rodrigues, LB and Almeida Neto, JA. Inventário do Ciclo de Vida do eucalipto para a produção de celulose na Bahia. In: Anais… V Congresso Brasileiro de Gestão do Ciclo de Vida. Fortaleza: VCBGCV, Set. 2016.

Gonzalez, P; Vega, M. and Zaror, C. 2011. Life cycle inventory of pine and eucalyptus cellulose production in Chile: effect of process modifications. (ed.) M. Finkbeiner Towards Life Cycle Sustainability Management. DOI 10.1007/978-94-007-1899-9_25.

Han, HS; Oneil, E; Bergman, RD; Eastin, IL and Johnson, LR. 2015. Cradle-to-gate life cycle impacts of redwood forest resource harvesting in northern California. In: Journal of Cleaner Production. 99, pp. 217-229

Heiskanen, E. 2002. The institutional logic of life cycle thinking. In: Journal of Cleaner Production. 10, pp. 427-437.

IEC, 2008. General Programme Instructions for Environmental Product Declarations. Disponível em: http://www.environdec.com/en/The-EPD-system/Programme-Instructions/ Acesso em 20 Abr. 12.

IPCC. 2014. Intergovernmental Panel Climate Change: Working Group III. Climate Change 2014: Mitigation of Climate Change.

ISO (International Organization for Standardization). 2006. Environmental management - Life cycle assessment - Principles and framework. ISO 14040. Genebra, Suiça: ISO. 2015.

ISO/TS, 2013. ISO/TS 14067: Greenhouse Gases e Carbon Footprint of Products e Requirements and Guidelines for Quantification and Communication (Technical Specifications). International Organization for Standardization, Geneve.

Linhares, M; Sette Jr., CR; Campos, F. and Yamaji, FM. 2012. Eficiência e desempenho operacional de máquinas Harvester e Forwarder na colheita florestal. Pesqui. Agropecu. Trop. [online]. Vol.42, n.2, pp. 212-219.

Lovelock, J. 2010. Gaia: Alerta final. Rio de Janeiro: Intríseca, 2010.

Martins, G; Carso, NM; Kureski, R; Hosokawa, RT. and Rochadelli, R. 2003. Inserção do setor florestal na estrutura econômica do Paraná. Rev. Paranaense Desenvolvimento, n.104, pp. 5-21, Jan./Jun.

Miller Jr, GT. 2008. Ciência Ambiental. Eleventh ed. São Paulo: Cengage Learning.

Moraes, FAB; Piratelli, CL and Achcar, JA. 2014. Condições ideais para o consumo específico de madeira na produção de celulose. Production, v.24, n.3, pp.712-24, Jul./Set.

Pinheiro, H; Castro, JPM and Azevedo, JC. 2014. Alterações na paisagem e sequestro de carbono na freguesia de Deilão, nordeste de Portugal. Revista Árvore, Viçosa-MG-Brasil, v.38, n.1, pp.41-52.

SETAC, 2009. Life Cycle Initiative. Society of Environmental Toxicology and Chemistry. Life Cycle Management. How business uses it to decrease footprint, create opportunities and make value chains more sustainable. UNEP.

Silva, DAL; Pavan, ALR; Oliveira, JA; Ometto, AR. 2015. Life cycle assessment of offset paper production in Brazil: hotspots and cleaner production alternatives. In: Journal of Cleaner Production 93. p. 222-233.

Sousa, EP; Soares, NS; Silva, ML and Valverde, SR. 2010. Desempenho do setor florestal para a economia brasileira: uma abordagem da Matriz Insumo-Produto. Revista Árvore, vol.34 n.6, Viçosa Nov./Dez.

Soares, NS; Silva, ML and Cordeiro, SA. 2014. Produto interno bruto do setor florestal brasileiro, 1994 a 2008. Rev. Árvore [online]. vol.38, n.4, pp. 725-732.

Torres, CMME; Jacovine, LAG; Soares, CPB; Oliveira Neto, SN; Santos, RD and Castro Neto, F. 2013. Quantificação de biomassa e estocagem de carbono em uma floresta estacional semidecidual, no Parque Tecnológico de Viçosa, G. Rev. Árvore [online] vol.37, n.4, pp. 647-655.

Valverde, SR; Oliveira, GG; Carvalho, RMAM and Soares, TS. 2005. Efeitos multiplicadores do setor florestal na economia capixaba. Revista Árvore, v.29, n.1, pp. 85-93.

Weidema, BP; Bauer, C; Hischier, R; Mutel, C; Nemecek, T; Reinhard, J; Vadenbo, CO and Wernet, G. 2013. Overview and methodology. Data quality guideline for the ecoinvent database version 3. Ecoinvent report data v. 3. St. Gallen: The ecoinvent Centre, n. 1.

Wackernagel M. and Rees, W. 1996. Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth. Philadelphia, PA: New Society Publishers, pp. 160.

Downloads

Publicado

2018-12-28

Como Citar

GONÇALVES, C. de F.; CORREA, S. R. S.; RODRIGUES, L. B.; ALMEIDA NETO, J. A. Pegada de carbono do ciclo de vida da celulose de eucalipto: estudo de caso numa empresa baiana. Gaia Scientia, [S. l.], v. 12, n. 4, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n4.31816. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/31816. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais