Potencial alelopático do extrato etanólico de Anacardium humile (cajuzinho-do-cerrado) na germinação e formação de plântulas de Lactuca sativa L. (alface), Lycopersicon esculentum Mill. (tomate) e Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby (fedegoso)

Autores

  • Kelly Cristina Lacerda Pereira Universidade Anhanguera-Uniderp
  • Ademir Kleber Morbeck de Oliveira Universidade Anhanguera-Uniderp
  • Rosemary Matias Universidade Anhanguera-Uniderp
  • Elvia Silvia Rizzi Universidade Anhanguera-Uniderp
  • Ana Carolina Rosa Universidade Anhanguera-Uniderp

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n2.37091

Resumo

A espécie Anacardium humille A.St.-Hil. (Anacardiaceae) apresenta diferentes usos e potencialidades, fato derivado da presença de vários metabolitos secundários em sua composição, destacando-se os compostos fenólicos. Porém pouco se sabe sobre sua ação alelopática. Desta maneira, o presente trabalho teve por objetivo realizar a análise fitoquímica das folhas de Anacardium humile e avaliar os possíveis efeitos alelopáticos do extrato etanólico, na germinação de sementes e formação de plântulas de espécies-alvo. Extratos das folhas foram preparados nas concentrações de 0, 25, 50, 100, 150 e 200 mg mL-1, usados na avaliação de sementes de alface (Lactuca sativa L.) e tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) e, concentrações de 100 e 200 mg mL-1, sementes de fedegoso (Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby), em câmara de germinação. A avaliação em casa de vegetação utilizou bandejas de isopor com substratos nas proporções de 0, 5, 10 e 20%. O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado para ambos os experimentos. A análise fitoquímica do extrato indicou a presença de oito classes de metabólitos, com compostos fenólicos e derivados em maior intensidade. Os resultados demonstraram efeito alelopático na germinação e crescimento das espécies testadas, demonstrando o potencial de uso de Anacardium humille.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Kelly Cristina Lacerda Pereira, Universidade Anhanguera-Uniderp

Discente, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

Ademir Kleber Morbeck de Oliveira, Universidade Anhanguera-Uniderp

Professor Doutor, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

Rosemary Matias, Universidade Anhanguera-Uniderp

Professor Doutor, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

Elvia Silvia Rizzi, Universidade Anhanguera-Uniderp

Discente, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

Ana Carolina Rosa, Universidade Anhanguera-Uniderp

Discente, Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

Referências

Adams TB, Gavin CL, Mcgowen MM, Waddell WJ, Cohen SM, Feron VJ, Marnett LJ, Munro IC, Portoghese PS, Rietjens IM and Smith RL. 2011. The FEMA GRAS assessment of aliphatic and aromatic terpene hydrocarbons used as flavor ingredients. Food and Chemical Toxicology, 49(10): 2471-2494.

Almeida GD, Zucoloto M, Zetun MC, Coelho I e Sobreir FN. 2008. Estresse oxidativo em células vegetais mediante aleloquímicos. Revista Facultad Nacional de Agronomía Medellín, 61(1): 4237-4247.

Andrade Filho NN, Roel AR, Porto KRA, Souza RO, Coelho RM e Portela A. 2010. Toxicidade do extrato aquoso das folhas de Anacardium humile para Bemisia tuberculata. Ciência Rural, 40(8): 1689-1694.

Broinizi PRB, Andrade-Wartha ERS, Silva AMO, Novoa AJV, Torres RP, Azeredo HMC, Alves RE e Mancini-Filho J. 2007. Avaliação da atividade antioxidante dos compostos fenólicos naturalmente presentes em subprodutos do pseudofruto de caju (Anacardium occidentale L.). Ciência e Tecnologia Alimentar, 27(4): 902-908.

Carvalho MP, Santana DG e Ranal MA. 2005. Emergência de plântulas de Anacardium humile A. St.-Hil. (Anacardiaceae) avaliada por meio de amostras pequenas. Revista Brasileira de Botânica, 28(3): 627-633.

Castro HG, Ferreira FA, Silva DD e Mosquim PR. 2001. Contribuição ao estudo das plantas medicinais: metabólitos secundários. Visconde do Rio Branco: Suprema. 104p.

Chou CH. 2006. Introduction to allelopathy. In: Reigosa MJ, Pedrol N and Gonsáles L. (Eds.). Allelopathy: a physiological process with ecological implications. Dordrecht: Springer. p. 1-9.

Chou C, Fu C, Li S and Wnag Y. 1998. Allelopathic potential of Acacia confusa and related species in Taiwan. Journal of Chemical Ecology, 24(2): 2131-2150.

Correia SJ, David JP e David JM. 2006. Metabólitos secundários de espécies de Anacardiaceae. Química Nova, 6: 1287-1300.

Costa AF. 2002. Farmacognosia. 6ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian. 824p.

Do QD, Angkawijaya AE, Tran-Nguyen PL, Huynh LH, Soetaredjo FE, Ismadji S and Ju YH. 2014. Effect of extraction solvent on total phenol content, total flavonoid content, and antioxidant activity of Limnophila aromatica. Journal of Food and Drug Analysis, 22(3): 296-302.

Einhellig FA. 1995. Mechanisms of action of allelochemicals in allelopathy. In: Inderjit KM, Dashini N. and Einhellig FA. (Eds.). Allelopathy: organism, processes and aplications. Washington: ASC Symposium Series 582 - American Chemical Society. p.1-116.

Ferreira AG e Áquila MEA. 2000. Alelopatia: uma área emergente da ecofisiologia. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, 12: 175-204.

Ferreira AG. 2004. Interferência: competição e alelopatia. In: Ferreira AG e Borguetti F. (Eds.). Germinação: do básico ao aplicado. Porto Alegre: Artmed. p. 252-262.

Fontoura FM, Matias R, Oliveira AKM, Ludwig J, Bono JAM, Martins PFRB, Corsino J and Guedes NMR. 2015. Seasonal effects and antifungal activity from bark chemical constituents of Sterculia apetala (Malvaceae) at Pantanal of Miranda, Mato Grosso do Sul, Brazil. Acta Amazonica, 45(3): 283-292.

Fujii Y and Hiradate S. 2007. Allelopathy: new concepts & methodology. Enfield: Science Publishers. 398p.

Godinho CS, Silva CM, Mendes CSO, Ferreira PRB e Oliveira DA. 2016. Estudo fitoquímico de espécies arbóreas do Cerrado. Revista Multitexto, 3(2): 64-70.

Goldfarb M, Pimentel LW e Pimentel NW. 2009. Alelopatia: relações nos agroecossistemas. Revista Tecnologia & Ciência Agropecuária, 3(1): 23-28.

Gusman GS, Yamagushi MQ e Vestena S. 2014. Potencial alelopático de extratos aquosos de Bidens pilosa L., Cyperus rotundus L. e Euphorbia heterophylla L. Iheringia Série Botânica, 66(1): 87-98.

Javid MG, Sorooshzadeh A, Moradi F, Sanavy SAMM and Allahdadi I. 2011. The role of phytohormones in alleviating salt stress in crop plants. Australian Journal of Crop Science, 5: 726 734.

Kumar S. 2006. Organic chemistry: spectroscopy of organic compounds. Amritsar: Guru Nanak Dev University. 36p.

Lorenzi H. 2006. Manual de identificação e controle de plantas daninhas: plantio direto e convencional. 6ed. São Paulo: Instituto Plantarum. 339p.

Luiz-Ferreira A, Almeida AC, Cola M, Barbastefano V, Almeida AB, Batista LM, Farias-Silva E, Pellizzon CH, Hiruma-Lima CA, Santos LC, Vilegas W and Brito AR. 2010. Mechanisms of the gastric antiulcerogenic activity of Anacardium humile St. Hil on ethanol-induced acute gastric mucosal injury in rats. Molecules, 15(10): 7153-7166.

Luiz-Ferreira A, Cola-Miranda M, Barbastefano V, Hiruma-Lima CA, Vilegas W and Brito ARMS. 2008. Should Anacardium humile St. Hill. be used as an antiulcer agent? A scientific approach to the traditional knowledge. Fitoterapia, 79(3): 207-209.

Macias FA, Simonet AM and Galindo JCG. 1997. Bioactive steroids and triterpenes from Melilotus messanensis and their allelopathic potential. Journal of Chemical Ecology, 23(7): 1781-1803.

Matias R, Roel AR, Andrade Filho NN, Schleder EEJD, Yasunaka DS and Cardoso CAL. 2013. Control of silverleaf whitefly in cassava grown in the greenhouse treated with Anacardium humile (Anacardiaceae) extract. Bioscience Journal, 29(6): 1815-1822.

Matias R, Rosa AC, Oliveira AKM, Pereira KCL, Rizzi ES and Machado AA. 2017. Cashew nut shell liquid and formulation: toxicity during the germination of lettuce, tomato seeds and coffee senna and seedling formation. Acta Scientiarum. Agronomy, 39(4): 487-495.

Martins CM, Vasconcellos MAS, Rossetto CAV e Carvalho MG. 2010. Prospecção fitoquímica do arilo de sementes de maracujá amarelo e influência em germinação de sementes. Ciência Rural, 40(9): 1934-1940.

Matos JFA. 2009. Introdução a fitoquímica experimental. 2ed. Fortaleza: UFC. 150p.

Moreland DE and Novitzky WP. 1987. Effects of phenolic acids, coumarins, and flavonoids on isolated chloroplasts and mitochondria. In: Waller GR. (Ed.) Allelochemicals: role in agriculture and forestry. Washington: American Chemical Society. p. 247-261.

Mulac D and Humpf HU. 2011. Cytotoxicity and accumulation of ergot alkaloids in human primary cells. Toxicology, 282(3): 112-121.

Nelson DL and Cox MM. 2014. Princípios de bioquímica de Lehninger. Porto Alegre: Artmed. 1328p.

Oliveira AKM, Matias R, Lopes SS and Fontoura FM. 2014. Allelopathy and influence of leaves of Palicourea rigida (Rubiaceae) on seed germination and seedling formation in lettuce. Bioscience Journal, 30(5): 938-947.

Oliveira AKM, Ribeiro JWF, Fontoura FM and Matias R. 2013. Leaf extract effects of Vochysia divergens on lettuce and tomato. Allelopathy Journal, 31(1): 129-138.

Periotto F, Gualtieri SCJ and Lima MIS. 2012. Allelopathic potential of Anacardium humile Mart. and their effects on seed germination and early development of seedlings. Revista Eletrônica Científica Inovação e Tecnologia, 2(6): 2-14.

Pires NM, Prates HT, Pereira Filho IA, Oliveira JR RS e Faria TCL. 2001. Atividade alelopática da leucena sobre espécies de plantas daninhas. Scientia Agricola, 58(1): 61-65.

Rates SMK, Bridi R, Braga FC e Simões CMO. 2017. Heterosídeos cardioativos. In: Simões CMO, Schenkel EP, Mello JCP, Mentz LA e Petrovick PR. (Orgs.). Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Porto Alegre: Artmed. p. 271-284.

Reigosa M, Gomes AS, Ferreira AG and Borghetti F. 2013. Allelopathic research in Brazil. Acta Botanica Brasilica, 27(4): 629-646.

Rizzi ES, Pereira KCL, Abreu CAA, Silva BCFL, Fernandes RM, Oliveira AKM and Matias R. 2016. Allelopathic potential and phytochemistry of cambarazinho (Vochysia haenkeana (Spreng.) Mart.) leaves in the germination and development of lettuce and tomato. Bioscience Journal, 32(1): 98-107.

Sasse JM. 1997. Recent progress in brassinosteroid research. Physiologia Plantarum, 100: 696-701.

Silva MAP, Medeiros Filho S, Duarte AE e Moreira FJM. 2014. Potencial alelopático de Caryocar coriaceum Wittm na germinação e crescimento inicial de plântulas de alface. Cadernos de Cultura e Ciência, 13(1): 17-24.

Simões CMO, Schenkel EP, Mello JCP, Mentz LA e Petrovick PR. (Orgs.). 2017. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Porto Alegre: Artmed. 502p.

Souza CLM, Morais V, Silva ER, Lopes HM, Tozani R, Parraga MS e Carvalho GJA. 1999. Efeito inibidor dos extratos hidroalcóolicos de coberturas mortas sobre a germinação de sementes de cenoura e alface. Planta Daninha, 17(2): 263-271.

Souza Filho APS. 2002. Alelopatia em agroecossistemas. In: Souza Filho APS e Alves SM. (Eds.). Alelopatia: princípios básicos e aspectos gerais. Belém: Embrapa Amazônia Oriental. p. 165-166.

Swain T. 1977. Secondary compounds as protective agents. Annual Review of Plant Physiology, 28: 479-501.

Taiz L e Zeiger E. 2013. Fisiologia vegetal. 5ed. Porto Alegre: Artmed. 719p.

Tokura LK e Nobrega LHP. 2006. Alelopatia de cultivos de cobertura vegetal sobre plantas infestantes. Acta Scientiarum. Agronomy, 28(3): 379-384.

Zuanazzi JAC e Montanha JA. 2010. Flavonóides. In: Simões CMO, Schenkel EP, Gosmann G, Mello JCP, Mentz L e Petrovick PR. (Orgs). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6ed. Porto Alegre: UFRGS, p. 577-614.

Weir TL, Park S-W and Vivanco JM. 2004. Biochemical and physiological mechanisms mediated by allelochemicals. Current Opinion in Plant Biology, 7(4): 472-479.

Weston LA, Burke BA and Putnam AR. 1981. Isolation, characterization and activity of phytotoxic compounds from quackgrass [Agropyron repens (L.) Beauv.]. Journal of Chemical Ecology, 13(3): 403-421.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2018-07-24

Como Citar

PEREIRA, K. C. L.; DE OLIVEIRA, A. K. M.; MATIAS, R.; RIZZI, E. S.; ROSA, A. C. Potencial alelopático do extrato etanólico de Anacardium humile (cajuzinho-do-cerrado) na germinação e formação de plântulas de Lactuca sativa L. (alface), Lycopersicon esculentum Mill. (tomate) e Senna obtusifolia (L.) Irwin & Barneby (fedegoso). Gaia Scientia, [S. l.], v. 12, n. 2, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n2.37091. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/37091. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)