Edições anteriores

  • Dossiê Modalidades, materialidades e condições de circulação e de transferências culturais das literaturas.
    v. 25 n. 3 (2023)

    A revista Graphos abre chamada para um número temático Modalidades, materialidades e condições de circulação e de transferências culturais das literaturas. Busca-se, com este dossiê, trazer à luz as atuais reflexões em pesquisas na interface interdisciplinar da sociologia da cultura, da análise quantitativa e qualitativa de processos de transferências culturais e modalidades de circulação das literaturas, levando também em consideração acervos físicos e digitais, catálogos, estudos bibliográficos e repertórios no âmbito tanto nacional quanto latino-americano e transatlântico.

    A proposta está centrada na reflexão e na releitura de momentos da História literária brasileira, em um contexto transnacional e globalizado. O enfoque recairá sobre análises quantitativas e estudos qualitativos sobre os principais atores individuais e institucionais das transferências culturais transatlânticas e os processos de transferência e circulação de textos e livros em língua estrangeira, com o objetivo de analisar a extensão, as variações e as modalidades temporais, espaciais e sociais desses processos. Dentro desse recorte, será dado especial interesse à sociologia da cultura para compreender o papel de tradutores e tradutoras, editores e editoras, do meio literário e jornalístico, bem como das instituições acadêmicas, político-culturais e econômicas como mediadores das transferências e circulações literárias.

    A partir dessa contextualização, que se baseia nos conceitos teórico-metodológicos interdisciplinares de transferência cultural (Espagne, 2009; Charle, Lüsebrink, Mix, 2017; Jorgensen, Lüsebrink, 2021) e de circulação (Bourdieu, 2002; Casanova, 1999; Sapiro, 2012), serão aceitas contribuições envolvendo estudos de caso e análises quantitativas e qualitativas. Serão igualmente bem-vindas contribuições que combinem ou discutam os conceitos teórico-metodológicos acima referidos e suas articulações com outros métodos advindos, por exemplo, dos Estudos da Tradução, da Sociologia, da Antropologia, da Etnologia ou da História da Arte, envolvendo por vezes questões políticas, dilemas ou (des-)construções.

    Essas amplas perspectivas e abordagens propostas pretendem revelar a visualização e a problematização dos complexos entrelaçamentos e hibridações nas histórias da literatura e da tradução, e nas condições culturais/sociológicas de literaturas em língua estrangeira.

     

    Organizadoras: Marta Pragana Dantas (UFPB); Wiebke Röben de Alencar Xavier (UFRN)

  • Museu de Tudo 2: Tema Livre
    v. 25 n. 1 (2023)

    Com esse novo número da série "Museu de tudo", a qual se dedica a publicar artigos no sistema "Ahead of print", a Revista Graphos busca uma vez mais agilizar a o processo editorial, dado que os artigos serão publicados imediatamente após avaliação pelos pareceristas e suas devidas revisões. 

    Esse número especialmente é produto de uma alta demanda recebida na chamada do ano anterior, forte indicativo do quanto os pesquisadores estão ávidos por um espaço em que possam dar visibilidade a pesquisas que não se adequam naquele momento às chamadas de dossiês com escopos específicos.  Assim, foram aceitas contribuições sobre diferentes temáticas, com a única condição de que estivessem inseridas no foco da revista, a saber, discussões nas áreas de literatura e cultura, teoria e tradução.

    A revista Graphos continua, assim, a oportunizar e a fortalecer os diálogos entre as diferentes linhas e concepções dos estudos literários, e, espera, com esse número, fomentar essa série que, por sua amplitude temática, incentiva a publicação de trabalhos originais e de diversas direções teórico-críticas.

    Organizadores do volume:

    Elaine Cristina Cintra (UFPB)

    Marco Valério Classe Colonnelli (UFPB)

     

     

  • Dossiê "A literatura sobre as ditaduras no cone sul"
    v. 25 n. 2 (2023)

    A revista Graphos abre chamada para um número temático sobre a literatura do Cone Sul – Brasil, Uruguai, Argentina e Chile – que aborde o autoritarismo e suas conexões com outros discursos totalitários no ensaio e na ficção. Serão aceitos artigos que versem tanto sobre as diversas formas sob as quais os estados-nação com forte evolução autoritária têm abordado esteticamente o exercício da escrita, quanto sobre as divergentes ou opostas a elas. Nesse sentido, serão bem-vindos estudos centrados nas formas estéticas ora de cunho autoritário ora destinadas ao fortalecimento da memória coletiva e da democratização da cultura, seja desmistificando, seja dando espaço à expansão da consciência individual e à mobilização social; ensaios históricos e das ciências sociais que, por um lado, abordem as estratégias imagéticas utilizadas pela herança do autoritarismo e, por outro, visibilizem procedimentos utilizados no processo de democratização, tais como: o papel da publicidade na formação e consolidação de um modelo de sociedade civil; os critérios estéticos e ideológicos que sustentam a formulação do novo cânon literário e a sua difusão nos meios de comunicação e nos currículos do sistema educativo; a revisão do autoritarismo nas belles lettres através das histórias críticas das literaturas nacionais e das ações de consagração editoriais, tanto de teor permissivo quanto crítico com as pautas legais e econômicas dos regimes totalitários, que evidenciem políticas de formação de leitores.

    Organizadores: Leonardo Senkman (Universidade Hebraica de Jerusalém –UHJ) e María del Pilar Roca Escalante (Universidade Federal da Paraíba - UFPB)

  • OBSCURECIDOS, PRETERIDOS OU IGNORADOS DA LITERATURA BRASILEIRA MODERNA
    v. 24 n. 2 (2022)

    Sendo o processo de modernização brasileiro invariavelmente polêmico e difuso, visto que a ideia de modernidade é necessariamente ambígua, na ausência de maior precisão histórica, elege-se como marco a Semana da arte moderna, cujo centenário exige revisão, como já foi feito largamente. Sem desconsiderar a relevância que o marco adquiriu para nossa historiografia, é importante destacar outras vozes antes ou depois do evento realizado no Theatro Municipal de São Paulo, para repensar em amplo espectro a consolidação de autores e obras relegados a segundo plano e que, mesmo considerados em determinado momento, acabaram sendo preteridos como portadores de discursos ilegítimos. O dossiê aqui proposto, em consonância com a materialidade histórica das obras, incluiu expressões que, por suas peculiaridades autorais, as correntes de leitura à época de sua publicação, a repercussão das figuras autorais, ou mesmo por motivos indefiníveis, não ressoam hoje como manifestações valorizadas, como se sua repercussão fosse indevida ou simplesmente não devesse ser registrada como registros literários. São os preteridos, esquecidos ou obscurecidos da literatura brasileira, que, embora não apareçam hoje como referências incontornáveis, pedem um reexame, o que implica repensar quais parâmetros devem nortear a leitura das obras modernas e dimensionar em perspectiva as posições que animaram a recepção de nossa própria literatura, como se sua repercussão fosse indevida ou simplesmente não devesse ser registrada como registro literário. 

  • Museu de Tudo 1: Tema Livre
    v. 24 n. 3 (2022)


    Sob o título Museu de Tudo: tema livre, a Graphos passa a publicar, uma vez por ano, um número reunindo artigos sobre diferentes temáticas dentro do escopo da revista, voltado para discussões nas áreas de literatura e cultura, teoria e tradução, pelo sistema "Ahead of print". Essa nova modalidade imprime uma maior agilidade no fluxo editorial, uma vez que os artigos  aprovados pelo sistema double blind são publicados imediatamente após a finalização do fluxo editorial, sem que seja necessário aguardar o fechamento do volume..

    Dentro dessa diretriz, essa primeira edição da série Museu de Tudo: tema livre foi continuamente alimentada até o encerramento das submissões em dezembro. A edição aqui publicada é o resultado dessa primeira experiência, que já se projeta como uma das possibilidades de publicação na revista.

    É importante informar que o número de submissões excedeu o esperado, e, por essa razão, os últimos textos que chegaram foram direcionados para o segundo número de Museu de Tudo 2, a ser publicado em 2023.

    A Graphos continua mantendo a regularidade de três números anuais, dois deles sendo dossiês temáticos e o terceiro, Museu de Tudo: tema livre.

  • Tradução literária: história, teoria e crítica
    v. 24 n. 1 (2022)

    O debate sobre tradução sempre esteve presente entre nós, remontando a Cícero (Sec I, a.C); entretanto, é a partir da segunda metade do século XX que a tradução desponta como campo disciplinar, tendo o artigo de James Holmes como um de seus marcos epistemológicos. Além da definição da Tradução como objeto de estudos, Holmes nomeou o campo emergente como Estudos da Tradução (Translation Studies), o que parece ter sido aceito pela comunidade acadêmica brasileira, embora o termo Tradutologia também seja utilizado, ainda que em menor escala. O mapeamento de Holmes foi expandido e contamos hoje com uma vasta produção acadêmica na área, tanto em termos teóricos quanto aplicados, o que levou Echeverri (2017) a apontar para um novo momento, denominado por ele como a metavirada, ou seja, um momento de introspecção em que a disciplina olha para si mesma por meio de mapeamentos e de reflexão como forma de avaliação e planejamento.

    Os Estudos da Tradução, em especial os Estudos da Tradução Literária, que é o foco deste dossiê, encontraram solo fértil no Brasil e em outros países, e assim, este Dossiê abre espaço para pesquisas que buscam entender como a tradução de textos literários e os Estudos da Tradução Literária têm se organizado bem como aquelas que identificam as correntes críticas e teóricas da tradução literária, os agentes –  sejam eles, pesquisadores, teóricos, tradutores, editores, agências de fomento – , as normas que regem a tradução literária bem como a circulação de obras literárias traduzidas. Enfim, reúnem-se mapeamentos que contribuem para a construção da história da tradução literária no Brasil (ou em outros países) a fim de orientar pesquisas e passos futuros.

  • Outras vozes de África
    v. 23 n. 3 (2021)

    O dossiê Outras vozes de África tem como objetivo a divulgação de artigos de pesquisadores e pesquisadoras brasileiros/as ou estrangeiros/as que se debruçam sobre a produção literária de autores e autoras de países africanos de outras línguas que não o português. Dessa forma, propõe-se a divulgar “outras Áfricas”, ou seja, outras produções literárias do continente africano não publicadas originalmente em português, mas, algumas vezes, traduzidas para a língua portuguesa, dando visibilidade a trabalhos que analisam obras de escritores e escritoras africanos/as de países como Nigéria, Senegal, África do Sul, Mali, Somália, Quênia. Os trabalhos se pautam em temas relevantes aos estudos pós-coloniais, mas não restritos a eles, analisando, também, a representação, nas obras literárias, dos marcadores sociais de diferença, como classe, gênero, sexualidade, geração, entre outros, separadamente ou em suas interseccionalidades.  

    Organizadores: Vanessa Riambau Pinheiro (Universidade Federal da Paraíba, Brasil); Orison Marden Bandeira de Melo Júnior (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil); Ana Mafalda Leite (Universidade de Lisboa, Portugal).

  • Narrativas audiovisuais: perspectivas históricas, estéticas e culturais
    v. 23 n. 2 (2021)

    Seria difícil refutar a relevância da imagem, cada vez mais ubíqua e rotineira, no contexto contemporâneo. Somos o tempo inteiro bombardeados por imagens, carregamos imagens em nossos celulares e vivemos partilhando e apagando imagens. São tantas as imagens, que se faz mais que urgente discernir, no contexto fílmico e audiovisual, criações e produções que se ofereçam como instigantes, singulares e inovadoras – seja quanto a questões de autoria, recepção, identidade, subjetividade e performance. Este dossiê reúne textos que contribuem para uma perspectiva das narrativas audiovisuais em suas diversas facetas: históricas, estéticas e culturais, de modo a que vislumbremos rupturas, desestabilizações e estratégias criativas. Os artigos abordam as narrativas audiovisuais em diálogo com outras expressões artísticas e combinações midiáticas.

    Organizadores: Alessandra Brandão (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil); Lourdes Martínez-Echazábal (Universidade da Califórnia Santa Cruz, EUA); Luiz Antonio Mousinho (Universidade Federal da Paraíba, Brasil).

  • O Fantástico e a (de)formação do riso
    v. 23 n. 1 (2021)

    As múltiplas faces teóricas do fantástico, desde as primeiras efetivas sistematizações promovidas por Tzvetan Todorov (1970), passando por Irène Bessière (1974), e chegando até as reflexões de David Roas (2014), possibilitam um entendimento de como esse modo literário se relaciona de diferentes maneiras, seja no plano do conteúdo, seja no plano da forma, com fenômenos estéticos literários como o maravilhoso, o estranho, o fantasy, o grotesco e o absurdo. Convém lembrar que estes dois últimos, não raro, se avizinham do risível. Mas em que medida o riso pode ser um componente de narrativas fantásticas?

    Em 1940, ao publicar sua antologia L´Humour noir, o poeta francês André Breton demonstrou interesse por um tipo de comicidade que se manifesta em forma de resistência e de crítica às convenções sociais. Nesse volume, observa-se a inclusão de escritores diretamente associados ao fantástico, como Franz Kafka, Villiers de L´Isle-Adam, Charles Baudelaire, Edgar Allan Poe, entre outros. A fortuna crítica de Poe, por exemplo, contempla uma significativa lista de estudos que engloba a sátira, a paródia, a ironia e o “humor diabólico”, presentes ao longo de sua obra. Recentemente, a Editora 34 publicou a Antologia do humor russo (2019), organizada por Arlete Cavaliere. No prefácio, Cavaliere assinala que o matiz do riso na literatura russa é de natureza “irreverente e crítica (...) insubmissa e contestadora” (p. 9). É justamente essa tonalidade do cômico que se faz presente em clássicas narrativas fantásticas russas, cuja plenitude é alcançada por Gógol, em "O nariz" (1836), e Dostoiévski, em O duplo (1846). Na mesma perspectiva, Georges Desmeules (1997) evidencia a discussão aqui proposta quando se refere ao riso como uma faceta oculta da narrativa fantástica. Para o autor, o humor se constitui de uma realidade ambígua, de onde pode aflorar tanto o cômico quanto o trágico.

    Levando em consideração essas possibilidades, este dossiê é sobre o fantástico e suas interfaces com o riso, que se estende mais amplamente para a caricatura, o grotesco, a hipérbole, o cômico, o burlesco, a ironia, a sátira, a paródia e outras formas conexas que produzam a distorção do risível em narrativas fantásticas de qualquer época. Serão aceitas também contribuições de textos que, dentro da temática sugerida, dialoguem com outras linguagens, como o cinema, a HQ, a fotografia e a pintura.

  • Middle Ages: Múltiplas Perspectivas
    v. 22 n. 3 (2020)

    O presente dossiê da Revista Graphos propõe discutir as multidimensionalidades do período medieval invisibilizadas pela historiografia tradicional, considerando sobretudo a espacialidade, a temporalidade e as relações de gênero. Com foco na articulação com o literário, o dossiê buscará debater acerca da importância da noção de decolonialidade para os estudos medievais, no sentido de desconstruir preconceitos oriundos da retórica da modernidade/colonialidade, de base patriarcal, racista e escriptocêntrica. A chamada pretende, dessa forma, trazer ao centro das discussões pesquisas que promovam em seu bojo um deslocamento por meio da abordagem de uma das três dimensões referidas. Na dimensão espacial, serão priorizadas contribuições que contemplem autores, autoras e/ou obras pertencentes a outros espaços não europeus. Em relação à dimensão temporal, busca-se pensar a permanência de elementos medievais presentes na produção de outros períodos históricos, como é o caso do movimento neotrovadoresco no século XX, ou ainda a ideia de uma Longa Idade Média, como propôs Jacques Le Goff. E, no que tange à dimensão de gênero, interessa ao debate a visibilização dos ricos e variados escritos de mulheres nos diversos campos do conhecimento e seu alcance no período medieval e para além dele. Em suma, o dossiê pretende atrair contribuições voltadas para a produção, temáticas ou tropos que ficaram à margem do cânone da História da Literatura Ocidental no que diz respeito ao período medieval.

    Este número contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPESQ), Termo de Outorga nº 045/2019

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  • Literatura: Educação, Recepção e Circulação de Obras Literárias
    v. 22 n. 2 (2020)

    Este número da revista Revista Graphos traz artigos voltados para os seguintes tópicos: i) políticas públicas e o direito à literatura: democratização da leitura literária; ii) literatura, leitura literária, formação do leitor literário: espaço, definição e objetivos no currículo da educação básica, e iii) o mercado editorial e a (des)formação do leitor literário: recepção e circulação de obras literárias. O objetivo é fazer do debate construído em torno desse conjunto de conhecimentos uma oportunidade de constituir espaços de diálogo entre os diferentes atores preocupados com o ensino. Busca-se com isso o favorecer o desenvolvimento de uma dicção e um pensamento coletivos, e reforçar o caráter público e político do debate pedagógico em torno da literatura e seu ensino.

    Este número contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPESQ), Termo de Outorga nº 045/2019

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  • Literatura e Retórica na Antiguidade Clássica
    v. 22 n. 1 (2020)

    Na antiguidade clássica greco-romana, nada há expresso que justifique uma retórica literária ou uma literatura retórica. Se para a retórica, por meio de seus gêneros discursivos, a matéria é bem desenvolvida em termos de manuais, para a literatura eles escasseiam. O próprio termo literatura pode ser visto como anacrônico. Aristóteles já se debruçava sobre o problema de uma certa arte inominada (ἀνώνυμος, Poética, 1447b9). Ainda que a retórica gozasse de reputação não só entre os gregos, mas também entre os romanos, é forçoso admitir também que a literatura já era objeto de crítica. A República platônica, bem como a Poética e a Política aristotélicas, são exemplos de uma consciência literária bem desenvolvida no tocante ao seu objeto. A complexidade dessa crítica reflete-se sobretudo no termo utilizado pelos gregos ποίησις, que cobre não só a produção do que compreendemos hodiernamente por poesia, mas também as demais artes como a pintura, por exemplo. Parece não haver uma fronteira bem delimitada nem sequer entre as artes, já que o próprio Aristóteles utiliza, em suas comparações com os poetas, os pintores; nem sequer entre os tipos de poesia, não obstante as tentativas de delimitação que foram levadas a cabo pelos filósofos acima. Por outro lado, é inegável que citações de poetas são encontradas na Retórica de Aristóteles de forma abundante. O diálogo entre a duas esferas já se fazia por meio dos exemplos citados. Todavia, talvez seja no período da retórica romana, com Quintiliano, que certa consciência entre as fronteiras móveis da literatura e da retórica tenha sido pela primeira vez evidenciada de forma concisa. Em seu livro X, da Instituição Oratória, ele nos fornece a opinião de Teofrasto, de que “os oradores se valem muito da lição dos poetas” [Plurimum dicit confere Theophrastus lectionem poetarum, 27], “e a partir deles busca-se a inspiração nas coisas, a elevação nas palavras, todo o movimento nas afecções e a conveniência nas personagens” [... ab his in rebus spiritus et in verbis sublimites et in adfectibus motus omnis et in personis decor petitur, 27]. Não deixa ele, porém, de sugerir certa prudência ao orador, já que “os poetas não devem ser seguidos pelo orador em tudo, nem na liberdade das palavras e nem no excesso das figuras” [non per omnia poetas esse oratori sequendos nec libertate verborum nec licentia figurarum, 28]. Claro está que o problema se coloca na perspectiva da fronteira entre a Literatura e a Retórica. Fronteira que se quer móvel, sem delimitação precisa, cambiante. Diante deste panorama, propomos como dossiê o tema “Literatura e Retórica na Antiguidade Clássica”, com o intuito de promover ainda mais o encontro entre essas duas regiões. Por último, exortamos os colaboradores para que entendam o “e” copulativo do nome do dossiê como lugar por excelência entre essas demarcações. Organizadores: Marco Valério Colonnelli (PPGL/UFPB) e Ticiano Curvelo Estrela de Lacerda (UFRJ)

    Este número contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPESQ), Termo de Outorga nº 045/2019

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  • Vidas escritas: autobiografias, memórias, diários, autoficções, romances autobigráficos, testemunhos, histórias de vida e biografias
    v. 21 n. 3 (2019)

    A partir dos anos sessenta do século passado, e especialmente dos anos de 1970, o estudo teórico e crítico da autobiografia experimentou um notável avanço nas literaturas ocidentais, concomitantemente ao crescente apreço que os leitores e autores demonstraram por esse gênero literário. Até então, havia sido um gênero subestimado (com exceção dos clássicos), que recebia apenas valor histórico e testemunhal. A ausência de uma definição específica e a falta de reconhecimento literário convertiam a autobiografia em uma “miscelânea”, em que se juntavam as obras estritamente autobiográficas com qualquer romance, poema ou drama que tinha, ou parecia ter, um conteúdo auto/biográfico. Felizmente isso mudou no último terço do século passado, quando, no âmbito anglo-saxão e, especialmente, na França, o estudo da autobiografia despertou uma atenção crítica e teórica. Apareceram os trabalhos de James Olney, John Paul Eakin, Georges Gusdorf e Philippe Lejeune, entre outros, e começou-se a reivindicar a “literariedade” do gênero, colocando-o ao mesmo nível que os demais gêneros de ficção. O empenho se destinava à especificidade da autobiografia, que a tornava única e diferente em relação a outros registros literários. Nesse sentido, Philippe Lejeune e seu “pacto autobiográfico” representaram uma contribuição decisiva. Assim, o dossiê “Vidas escritas: autobiografias, memórias, diários, autoficções, romances autobiográficos, testemunhos, histórias de vida e biografias” contribuirá para a pesquisa das “escritas de si” através da divulgação de trabalhos no campo da literatura auto/biográfica.

    Este número contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPESQ), Termo de Outorga nº 045/2019

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  • Poesia, revisão historiográfica e autoria
    v. 21 n. 2 (2019)

    Este dossiê objetiva reunir estudos que proponham uma revisão da historiografia literária brasileira, especialmente no que tange ao discurso poético. De maneira geral, este tipo de abordagem é delegada à reflexão sobre perspectivas históricas ou ao delineamento esboçado por algum historiador, quando não fica a cargo das fontes primárias no cotejo direto dos arquivos. Sem desconsiderar tais procedimentos analíticos, conviria também especular algo da constituição da persona autoral em face de tais expedientes de leitura, seja sua recepção historiográfica ou editorial em confronto com as fontes primárias, seja a visada nas primeiras edições ou nos respectivos paratextos: capa, prefácio, ilustrações, tiragens, dedicatórias, epígrafes e tudo mais que possa lançar outra luz sobre o assunto. Dessa forma, considerando que a poesia é, por excelência, o gênero literário em que a subjetividade mais se pronuncia, interessa investigar como o autor se fabrica a si próprio nessa instância, bem como os artefatos que manipula e que nem sempre são considerados por ocasião de sua leitura sistematizada, tanto no aspecto crítico quanto no historiográfico.

    Este número contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPESQ), Termo de Outorga nº 045/2019.

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  • Leituras Literárias e Ensino
    v. 21 n. 1 (2019)

    O dossiê Leituras literárias e ensino reúne um conjunto de artigos que abordam questões sobre a leitura literária em ambientes de formação e mediação da leitura, seus desafios no século XXI e suas possíveis alternativas de solução. Dessa forma, os artigos que compõem esse número se originam da coleta de dados bibliográficos e∕ou de campo que analisam, descrevem e socializam conhecimentos em torno da relação entre literatura e ensino, leitura literária e formação de leitores, espaços e mediação da leitura literária, formação de mediadores de leitura literária. Além disso, amplia o espaço de diálogo para análises comparativas e críticas de documentos oficiais e políticas públicas; estudo de obras literárias correlacionadas a relatos de práticas de trabalhos que vão desde a leitura interpretativa da ilustração às propostas com diferentes gêneros; e discussões sobre as condições de produção, acesso, circulação e apropriação de conhecimentos e materiais de leitura literária.

  • Imagens da Mulher no Ocidente
    v. 20 n. 2 (2018)

    Este dossiê reune textos que discutem a representação da mulher na literatura ocidental. Os artigos tratam a mulher como personagem em obras de autoria tanto masculina quanto feminina e analisam criticamente como as identidades femininas foram construídas ao longo da história ocidental. O objetivo foi trazer ao debate como tais construções afetaram a maneira como a mulher escrevia sobre si tendo o peso do patriarcado influenciando sua criatividade, como escritoras romperam tais barreiras e apresentaram novas formas de se dizer mulher. Foi de importância fundamental abordar como, na atualidade, mulheres negras, indígenas, lésbicas e trans se inserem no espaço desta construção identitária e da teoria da literatura de cunho feminista. Responsáveis pelo dossiê: Profa. Dra. Karine Rocha (UFPE); Prof. Dr. Sávio Fonseca (UFRPE)

  • Cinema, Literatura e Transposições Interculturais
    v. 20 n. 1 (2018)

    A chamada para o presente dossiê, intitulado “Cinema, literatura e transposições interculturais”, previa a reunião de textos que discutissem as diversas relações entre cinema, literatura e interculturalidade em articulação com o potencial subversivo e desestabilizador das narrativas. Foram acolhidos onze artigos no dossiê, além de uma contribuição na seção “Outros”, que refletem as diferentes formações acadêmicas de seus autores, incluindo estudos literários – crítica literária e literatura comparada; cinema e literatura; estudos linguísticos de discurso; jornalismo; comunicação e linguagens; filosofia e psicanálise; psicologia social da arte; educação e mediação de leitura. Tal diversidade é sintomática do caráter interdisciplinar do dossiê e das múltiplas abordagens do texto literário e fílmico, que aqui se revelam através do conceito de adaptação, de tradução e intermidialidade; em abordagem comparativa com a psicanálise; em discussões que ressaltam o teor político dos discursos; enfim, em olhares que enfatizam o dado político, poético e intercultural do corpus discutido.

  • Utopias Medievais
    v. 19 n. 3 (2017)

  • Literatura Erótica
    v. 19 n. 2 (2017)

  • Literatura e Sagrado
    v. 19 n. 1 (2017)

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