A CONDUÇÃO COERCITIVA DE LULA: framing e jogos de memória na Folha de S. Paulo

Autores

  • Adriano Charles da Silva CRUZ Universidade Federal do Rio Grande do Norte | Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-375X.2018v5n2.42868

Palavras-chave:

Jornalismo, Operação Lava Jato, Enquadramento, Jornalismo Opinativo.

Resumo

Em 2016, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento. A ordem foi do juiz federal Sérgio Moro, principal julgador dos processos da Operação Lava Jato. O ato polêmico repercutiu na imprensa e favoreceu um debate público sobre o tema. O Jornal Folha de S. Paulo publicou uma série de textos opinativos favoráveis e contrários à medida jurídico-policial. Investigamos os processos de produção de sentido, a partir dos enquadramentos desses textos. Dessa forma, articulamos a identificação dos sistemas de “framing” (ENTMAN, 1993) a uma análise discursiva a partir do conceito “memória” (ORLANDI, 2007). Os resultados sugerem a predominância de processo de enquadramentos negativos que desconstroem a imagem de Lula.

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Biografia do Autor

Adriano Charles da Silva CRUZ, Universidade Federal do Rio Grande do Norte | Brasil

JORNALISTA. Doutor em Letras pela Universidade Federal da Paraíba. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco. Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É líder do grupo de pesquisa Círculo de Estudo em Cultura Visual. Desenvolve estágio de pós-doutorado na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo onde pesquisa as representações de Lula e Dilma na cobertura da Operação Lava Jato. Contato: adrianocruzufrn@gmail.com

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Publicado

2018-11-14

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