A UTOPIA ANTROPOFÁGICA E O PENSAMENTO BRASILEIRO: O MATRIARCADO COMO CONDIÇÃO HUMANA ORIGINAL E LIBERTADORA

Autores

  • David Wilkerson Silva Almeida

DOI:

https://doi.org/10.7443/24241

Palavras-chave:

Antropofagia, Patriarcado, Matriarcado, Oswald de Andrade.

Resumo

O Movimento Antropofágico da primeira metade do século XX representou uma ruptura fundamental no modo de produção artística brasileira, porém sua relevância estendeu-se para além da arte e colaborou, na figura de Oswald de Andrade, com o reposicionamento do fazer filosófico nacional. Inspirado no modo de vida local, mescla da contribuição indígena, africana e europeia, o autor concebe o “humano tecnicizado”, aquele para quem os males da cultura patriarcal em suas diversas manifestações –propriedade privada, messianismo, repressão sobre os instintos –são substituídos pela tríade matriarcal representada pelo direito materno sobre o filho, a propriedade comum do solo, e a inexistência do Estado, frutos de uma cosmo-visão antropofágica em que os instintos têm lugar destacado. Para tanto, ele parte de uma construção teórica em que toda a história se divide em duas linhas mestras sob cuja influência estão todas as sociedades: o Patriarcado como sendo a cultura derivada do poder paterno e que é incorporada pela civilização europeia atual; e o Matriarcado, momento por que passaram todas as sociedades, mas que foi abandonado, restando apenas em algumas como as indígenas ainda a conservá-lo.

 

[doi:http://dx.doi.org/10.7443/problemata.v6i1.24241]

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Publicado

14-05-2015