FÉ, MISTICISMO E TRADIÇÃO: PRÁTICAS DE CURA DE UMA AFRODESCENDENTE DA COMUNIDADE BURACO D ÁGUA (ALAGOA GRANDE – PB)

Autores

  • Maria Regina Alves dos Reis UEPB
  • Kaline Ferreira Costa
  • Josemir Camilo de Melo

Resumo

Resumo O presente artigo pretende analisar como, ao longo do tempo, uma afrodescendente que vive na comunidade Buraco D’água, localizada na zona rural de Alagoa Grande-PB, vem preservando práticas de cura através de heranças culturais de antepassados e se apropriando de novas concepções de cura. Tendo em vista que, mesmo com a atuação do agente comunitário de saúde e tendo acesso ao posto de saúde, essa família continua com suas práticas e tradições de cura por meio das plantas e fazendo uso de rezas para cura de doenças, analisaremos as nuances de tal prática cultural e sua significação no cotidiano dessa mulher. Utilizando suas tradições e práticas de cura ela preserva um saber constituído historicamente. Nesse sentido, percebemos que os indivíduos, sujeitos que produzem historia, inventam o cotidiano, não aceitando de forma passiva o saber técnico que lhe é tentado impor. Dessa forma adquirem maneiras, “táticas” de reação (CERTEAU, 2007) às estratégias de controle e disciplina. Ao se apropriarem de determinados elementos culturais, reinventam o cotidiano, adquirindo um novo saber. Para compreendermos esse “mundo místico” em que vivem as rezadeiras, utilizamos como abordagem metodológica a historia oral (ALBERTI, 2005), como história de vida. O uso dessa fonte nos permitiu um maior contato e entendimento dos modos de viver e do oficio das rezadeiras. Por meio das entrevistas realizadas com a afrodescendente, pudemos captar através de suas falas como a arte da benzenção, além do seu papel cultural e religioso, tem um forte sentido social, pois o ofício realizado por essas mulheres e suas práticas têm primordial importância na comunidade onde vivem. Palavras-chave: Práticas de cura, afrodescendente; Saberes.

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Publicado

2013-03-01

Edição

Seção

Iniciação Científica