Estudo botânico, fitoquímico e avaliação de atividades biológicas do fruto de Ananas comosus var. comosus (L.) Merril (Bromeliaceae)

Autores

  • José Joaquim Lopes Neto Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
  • Kleyton Santos Veras
  • Carliane dos Santos Rosa
  • Pryscila Rodrigues Silva
  • Tássio Rômulo Silva Araújo Luz
  • James Soares Diniz
  • Flavia Maria Mendonça do Amaral Departamento de Farmácia - Universidade Federal do Maranhão
  • Israel Higino de Sousa
  • Denise Fernandes Coutinho Moraes Departamento de Farmácia - Universidade Federal do Maranhão

Palavras-chave:

Ananas comosus var. comosus, polifenóis, morfoanatomia, Aspergillus niger, atividade hemolítica

Resumo

Ananas comosus var. comosus (L.) Merril (abacaxizeiro) é uma espécie da família Bromeliaceae, originária da América subtropical, sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais. Na prática popular, são referidas inúmeras propriedades terapêuticas desta espécie, dentre elas, estomáquica, anti-inflamatória e antidiabética. No Estado do Maranhão, destaca-se o abacaxi da cultivar Turiaçu, apreciado no mercado local, por conta da sua agradável palatabilidade. Este trabalho teve como objetivo descrever caracteres botânicos e fitoquímicos e avaliar atividades biológicas dos extratos hidroalcoólicos das folhas da coroa e da polpa do abacaxi de Turiaçu, visando obter informações para futuras aplicações farmacológicas e cosméticas desta espécie. A espécie foi coletada no município de Turiaçu-MA e os testes foram desenvolvidos de acordo com literatura especializada. Os resultados indicaram que as folhas são simples, ensiformes e hipoestomáticas com mesofilo dorsiventral, enquanto que os frutos correspondem na verdade, a uma infrutescência denominada sorose, de aspecto suculento. Os screenings fitoquímicos dos extratos das folhas e da polpa revelaram a presença de taninos e flavonoides. Os teores de polifenóis e flavonoides totais apresentaram-se mais elevados na polpa (10,935% ± 0,135 e 0,124% ± 0,008) que nas folhas (10,268% ± 0,090 e 0,061% ± 0,002), porém ambos apresentaram baixas atividades antioxidantes (CI50 = 454,97 ± 39,38 µg/mL e CI50 = 339,07 ± 2,08 µg/mL, para polpa e folhas, respectivamente). Não foram observadas atividades antifúngica sobre o Aspergillus niger e hemolítica em ágar sangue.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Joaquim Lopes Neto, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Graduado em Farmácia - Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil.

Kleyton Santos Veras

Graduado em Farmácia - Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil

Carliane dos Santos Rosa

Graduada em Farmácia - Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil

Pryscila Rodrigues Silva

Graduada em Farmácia - Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Bacanga, São Luís, Maranhão

Tássio Rômulo Silva Araújo Luz

Graduando em Farmácia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

James Soares Diniz

Graduado em Farmácia - Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil

Israel Higino de Sousa

Graduado em Ciências Biológicas - Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Doutorando em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal - Doutorado em rede (UFMA)

Denise Fernandes Coutinho Moraes, Departamento de Farmácia - Universidade Federal do Maranhão

Professora do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Maranhão. Mestrado em Saúde e Ambiente/UFMA. Doutorado em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos/UFPB. Pós-Doutorado em DNA Barcoding pela University of California, Los Angeles (UCLA), USA.

Referências

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2015. Detalhe do Produto: MELXI. Consulta de Produtos. Disponível em: <http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Produto/rconsulta_produto_detalhe.asp.>. Acesso em 19. Set. 2015.

Aoyama EM, Gontijo ABPL, Faria DV. 2012. Propagação em Bromeliaceae: germinação de sementes e cultivo in vitro. Enciclopédia Biosfera, 8(15): 1452-1471.

Araujo JRG, Júnior RAA, Chaves AMS, Reis FO, Martins MR. 2012. Abacaxi 'Turiaçu': cultivar tradicional nativa do Maranhão. Revista Brasileira de Fruticultura, 34 (4): 1270-1276.

Baldotto LEB, Baldotto MA, Giro VB, Canellas LP, Olivares FL, Bressan-Smith R. 2009. Desempenho do abacaxizeiro ‘Vitória’ em resposta à aplicação de ácidos húmicos durante a aclimatação. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 33 (4): 979-990.

Barboza SBSC, Graciano Ribeiro D, Teixeira JB, Portes TA; Souza, LAC. 2006. Anatomia foliar de plantas micropropagadas de abacaxi. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 4: 185-194.

Bartholomew DP, Paull RE, Rohrbach KG. 2003. The pineapple: botany, production and uses. Wallingford: CABI Publishing, 300 p.

Bednarczuk VO, Verdam MCS, Miguel MD, Miguel OG. 2010. Testes in vitro e in vivo utilizados na triagem toxicológica de produtos naturais. Visão Acadêmica, 11(2): 43-50.

Bennett BC. 2000. Ethnobotany of Bromeliaceae in Bromeliaceae: Profile of an adaptative radiation; Benzing, D. H., ed.; Cambridge University: Cambridge, 2000, cap 14.

Benzing DH. 2000. Bromeliaceae: profile of an adaptative radiation. New York: Cambridge University Press, 690p.

Brand-Williams W, Cuvelier ME, Berset C. 1995. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Food Science and Technology, 28: 25-30.

Carneiro FB, Júnior ID, Lopes PQ, Macêdo RO. 2010. Variação da quantidade de β-cariofileno em óleo essencial de Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng., Lamiaceae, sob diferentes condições de cultivo. Revista Brasileira de Farmacognosia, 20 (4): 600-606.

Cerqueira MD, Marques EJ, Martins D, Roque NF, Cruz FG. 2009. Variação sazonal da composição do óleo essencial de Myrcia salzmannii Berg. (Myrtaceae). Química Nova, 32 (6): 1544-1548.

Chavarria G, Bergamaschi H, Silva LC da, Santos HP dos, Mandelli F, Guerra CC, Flores CA, Tonietto J. 2011. Relações hídricas, rendimento e compostos fenólicos de uvas Cabernet Sauvignon em três tipos de solo. Bragantia, 70(3): 481-487.

Choi Y and Lee J. 2009. Antioxidant and antiproliferative properties of a tocotrienolrich fraction from grape seeds. Food Chemistry, 114: 1386−1390.

Clavijo UM, Gómez AMA, Arango V, Mancera FMC, Jaramillo APC, Maya WDC. 2012. Efecto in vitro del extracto vegetal de Ananas comosus sobre espermatozoides humanos. Revista Tecnológicas, 28: 55-70.

CLSI, Clinical and Laboratory Standards Institute. 2009. Performance standards for antimicrobial disk susceptibility test; Approved Standand-Tenth Edition. Wayne, CLSI document M02-A10.

Coelho RG, Honda NK, Vieira MC, Brum RL, Pavan FR, Leite CQF, Cardoso CAL. 2010. Composition and Antioxidant and antimycobacterial activities of Bromelia balansae (Bromeliaceae). Journal of Medicinal Food, 13 (5): 1277-1280.

Collins, JL.1960. The pineapple: botany, cultivation and utilization. New York: Leonard Hill, 294p.

Coutinho ID, Kataoka VMF, Honda NK, Coelho RG, Vieira MC, Cardoso CAL. 2010. Influência da variação sazonal nos teores de flavonóides e atividade antioxidante das folhas de Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg, Myrtaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, 20(3):322-327.

Dermarderosian A et al. 2008. The review of natural Products - the most complete source of natural product information. St. Louis: Wolters Kluwer Health, 1728p.

Dimitrios B. 2006. Sources of natural phenolics antioxidants. Trends in Food Science & Technology, 17 (9): 505-512.

Duke JA. 1985. CRC Handbook of Medicinal Herbs. Florida: CRC Press, 677 p.

Dutra RP, Nogueira AMC, Marques RRO, Costa MCP, Ribeiro MNS. 2008. Avaliação farmacognóstica de geoprópolis de Melipona fasciculata Smith (tiúba) em municípios da Baixada maranhense, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, 18 (4): 557-562.

Ferri MG. 1983. Botânica: morfologia externa das plantas (organografia). 15ª ed. São Paulo: Nobel, 148 p.

Franceschi VR and Horner HT. 1980. Calcium oxalate crystals in plants. Botanical Review, New York, 46: 361-427.

Franco EAP and Barros RFM. 2006. Uso e diversidade de plantas medicinais no Quilombo Olho d’água dos Pires, Esperantina, Piauí. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, 8 (3): 78-88.

Frias DFR and Andreani DIK. 2009. Verificação da atividade antifúngica de extratos de plantas e óleo de eucalipto no controle in vitro de Aspergillus niger. Revista CES Medicina Veterinaria y Zootecnia, 4 (2): 12-19.

Funari CS and Ferro VO. 2006. Análise de própolis. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 26 (1): 171-178.

García SMD and SerranO H. 2005. La piña, Ananas comosus (L.) Merr. (Bromeliaceae), algo más que un fruto dulce y jugoso. ContactoS 56: 55-61.

Granada GG, Zambiazi RC, Mendonça CRB. 2004. Abacaxi: produção, mercado e subprodutos. Boletim do CEPPA, 22 (2): 405-422.

Haripyaree A, Guneshwor K, Damayanti M. 2010. Evaluation of antioxidant properties of phenolics extracted from Ananas comosus L. Notulae Scientia Biologicae, 2 (2): 68-71.

Jimenez Díaz J.A. 2008. Manual práctico para el cultivo de la piña de exportación. San José: Editorial Tecnológica de Costa Rica, 224p.

Kataki MS. 2010. Antibacterial in vitro antioxidant activity and anthelmintic activity of ethanolic extracts of Ananas comosus L. tender leaves. Pharmacology Online, 2: 308-319.

Kuskoski EM, Asuero GA, Troncoso AM, Mancini-Filho J, Fett R. 2005. Aplicación de diversos métodos químicos para determinar actividad antioxidante em pulpa de frutos. Revista de Ciência e Tecnologia de Alimentos, 25 (4): 726-732.

Leal F. Pineapple – Ananas comosus (Bromeliaceae). In: Smartt J and Simmonds NW. 1995. Evolution of crop plants. Nova York: Longman Singapore, p.19-22.

Lorenzi H and Matos FJA. 2008. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2ed. Nova Odessa: Instituto Plantarium, 544p.

Lu X, Sun D, Wu Q, Liu S, Sun G. 2014. Physico-chemical properties, antioxidant activity and mineral contents of pineapple genotypes grown in China. Molecules, 19: 8518-8532.

Manetti LM, Delaporte RH, Laverde JR. 2009. Metabólitos secundários da família Bromeliaceae. Química Nova, 32 (7): 1885-1897.

Manetti LM, Turra AF, Takemura OS, Laverde JRA. 2010. Avaliação da atividade hemolítica de Bromelia antiacantha Bertol. (Bromeliaceae). Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR. 14 (1): 43-47.

Matos FJA. 2009. Introdução à fitoquímica experimental. 3ed.Fortaleza: Edição UFC, 45p.

Medina JC. 1978. A cultura do abacaxi. In: Medina, J.C. et al. Frutas tropicais 2. São Paulo: Canton, p.6-68.

Nascimento AS, Costa RSC da, Costa JNM. 2005. Cultivo do abacaxi em Rondônia. Embrapa Rondônia. Sistemas de Produção, 3.

Oliveira DMS, Ocampos FMM, Moreira F, Miguel OG, Miguel MD, Rosa AR, Rosa RT. 2013. Análises físico-químicas, atividade hemolítica e antimicrobiana dos extratos e frações de Buddleja stachyoides Cham. & Schltdl.(Scrophulariaceae). Visão Acadêmica, 14 (3): 14-25.

Oliveira F and Akisue G. 2009. Fundamentos de farmacobotânica e morfologia vegetal. 3ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 426p.

Pakrashi SC. 1975. Studies on Indian medicinal plants constituents of Ananas comosus leaves. Indian Journal of Chemistry, 13: 755-756.

Pereira APA. 2013. Qualidade pós-colheita de abacaxi “Pérola” e “Turiaçu”: influência das condições de armazenamento e avaliação sensorial. Universidade Estadual do Maranhão. Programa de Pós-Graduação em Agroecologia, 82p.

Pérez-Jimenez J, Arranz S, Tabernero M, Díaz-Rubio ME, Serrano J, Goni I, Saura-Calixto F. 2008. Updated methodology to determine antioxidant capacity in plant, food, oils and beverages: extraction, measurement and expression of results. Food Research International, 41(3): 274-285.

Proença SL and Sajo MG. 2007. Anatomia foliar de bromélias ocorrentes em áreas de cerrado do Estado de São Paulo. Acta Botanica Brasilica, 21: 657-673.

Reinhardt DH, Souza LFS, Cabral JRS. 2000. Abacaxi. Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 77p.

Rizzini CT. 1997. Tratado de Fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. 2ed. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda, 747p.

Roberts WK and Selitrennikoff CP. 1990. Zeamantin, an antifungal protein from maize with membrane permeabilizing activity. Journal of General Microbiology, 136: 1771-1778.

Sati SC and Joshi S. 2011. Aspects of antifungal potential of ethnobotanically known medicinal plants. Research Journal of Medicinal Plant, 5: 377-391.

Schmidt TJ, Bomme U, Alfermann AW. 1998. Sesquiterpene lactone content in leaves of in vitro and field cultivated Arnica montana. Planta Medica, 64(3):268-270.

Silva MLC, Costa RS, Santana A dos S, Koblitz MGB. 2010. Compostos fenólicos, carotenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais. Semina: Ciências Agrárias,31(3):669-682

Silva S and Tassara H. 2001. Frutas no Brasil. São Paulo: Nobel, p.25-27.

Silva S, Anselmo M da GV, Dantas WM, Rosa JH, Nunes EM, Soares JP, Alves AB. 2014. Conhecimento e uso de plantas medicinais em uma comunidade rural no município de Cuitegi, Paraíba, Nordeste do Brasil. Gaia Scientia, 8(1): 248-265.

Soares LMV, Shishido K, Moraes AMM, Moreira VA. 2004. Composição mineral de sucos concentrados de frutas brasileiras. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, 24 (2)202-206.

Sousa MSB, Vieira LM, Lima A. 2011. Fenólicos totais e capacidade antioxidante in vitro de resíduos de polpas de frutas tropicais. Brazilian Journal of Food Technology, Campinas, 14 (3): 202-210.

Takata RH and Scheuer PJ. 1976. Ananasic acid: A new trihydroxytriterpenecarboxylic acid from pineapple stems. Tetrahedron, 32: 1077-1080.

Thé PMP, Nunes R de P, Moreira da Silva LIM, araújo BM. 2010. Características físicas, físico-químicas, químicas e atividade enzimática de abacaxi cv smooth cayenne recém colhido. Alimentos e Nutrição, 21(2):273-281.

Tysnes BB, Mau¬rer HR, Porwol T, Probst B, Bjerkvig R, Hoover F. 2001. Bromelain reversibly inhibits invasive properties of glioma cells. Neoplasia, 3 (6): 469-479.

Vaillant F, Millan A, Dornier M., Decloux M, Reynes M. 2001. Strategyfor economical optimization of the clarification of pulpy fruit juices using crossflow microfiltration. Journal of Food Engineering, 48: 83-90.

Versieux LM and Wendt T. 2007. Bromeliaceae diversity and conservation in Minas Gerais state, Brazil. Biodiversity and Conservation, 16: 2989–3009.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. 1998. Quality control methods for medicinal plant materials. Geneve, Switzerland.

Xie WD, Wang W, Su H, Xing DM, Pan Y, Du Lj. 2006. Effect of ethanolic extracts of Ananas comosus L. leaves on insulin sensitivity in rats and HepG2. Comparative Biochemistry and Physiology, 143: 429–435.

Xie W, Xing D, Sun H, Wang W, Ding Y, Du LJ. 2005. The effects of Ananas comosus L. leaves on diabetic-dyslipidemic rats induced by alloxan and a high-Fat/high-Cholesterol Diet. The American Journal of Chinese Medicine, 33 (1): 95-105.

Downloads

Publicado

2015-12-31

Como Citar

LOPES NETO, J. J.; VERAS, K. S.; ROSA, C. dos S.; SILVA, P. R.; LUZ, T. R. S. A.; DINIZ, J. S.; AMARAL, F. M. M. do; SOUSA, I. H. de; MORAES, D. F. C. Estudo botânico, fitoquímico e avaliação de atividades biológicas do fruto de Ananas comosus var. comosus (L.) Merril (Bromeliaceae). Gaia Scientia, [S. l.], v. 9, n. 1, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/gaia/article/view/22555. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais