Implicações comunicacionais nas relações com alteridades artificiais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2025v24n.72922

Palavras-chave:

Alteridade, Comunicação, Inteligência Artificial

Resumo

Este artigo discute as implicações comunicacionais nas relações com alteridades artificiais, sobretudo as inteligências artificiais. Alinhado ao debate pós-humanista, o estudo considera que a comunicação não se restringe ao ser humano. A própria condição humana é tratada em sua intrínseca relação com as tecnologias, defendendo que somos híbridos. Em revisão não exaustiva da incidência da concepção de humano nas noções clássicas e modernas de ação, o artigo propõe o reconhecimento das inteligências artificiais como alteridades significativas, isto é, como capazes de agir, produzir sentidos e estabelecer vínculos por meio da linguagem. Em conclusão, ao reconsiderar as alteridades de modo inclusivo de não humanos, é possível redefinir as relações humanas e suas implicações comunicacionais éticas e afetivas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tiago Barcelos Pereira Salgado, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Pós-doutorando em Comunicação pela PUC Minas, com bolsa CAPES. Doutor e mestre em Comunicação pela UFMG. Pesquisador do Grupo de pesquisa Campo Comunicacional e suas Interfaces (CNPq/PUC Minas).

Referências

ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2017.

ARISTÓTELES. Categorias. São Paulo: Edipro, 2020.

ARISTÓTELES. Da Alma (De Anima). São Paulo: Edipro, 2012.

ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

ARNAUT, A. R. T. A filosofia orientada a objetos de Graham Harman. Dialektiké, v. 2, n. 5, p. 5-20, 2017.

BARAD, K. Performatividade pós-humanista: para entender como a matéria chega à matéria. Tradução de Thereza Rocha. Revista Vazantes, [s. l.], v. 1, n. 1, p. 7-34, 2017.

BEIGUELMAN, G. Máquinas companheiras. Morel, n. 7, p. 76-86, 2023.

BRUNO, F. Inteligência artificial: outras histórias para o presente. Revista Brasileira, fase X, ano 3, n. 118, p. 18-23, jan./mar. 2024.

HARAWAY, D. Ficar com o problema: fazer parentes no chthluceno. São Paulo: n-1edições, 2023.

HARAWAY, D. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: HARAWAY, D.; KUNZRU, H; TADEU, T. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009. p. 33-118.

KAUFMAN, D. Inteligência Artificial e os desafios éticos: a restrita aplicabilidade dos princípios gerais para nortear o ecossistema de IA. PAULUS: Revista de Comunicação da FAPCOM, v. 5, n. 9, 2021.

LACAN, J. O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: JZE, 1985. [1972-73].

LEROI-GOURHAN, A. Le geste et la parole. Tome I: Technique et langage. Paris: Albin Michel, 1964.

LEROI-GOURHAN, A. Le geste et la parole. Tome II: La mémoire et les rythmes. Paris: Albin Michel, 1965.

LÉVINAS, E. Totalidade e Infinito. Lisboa: Edições 70, 1980.

LÉVINAS, E. Humanismo do outro homem. Petrópolis: Vozes, 1993.

JAPIASSÚ; H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

JOHNSON, A. G. Dicionário de sociologia: guia prático de linguagem sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

MARCONDES FILHO, C. Dicionário de comunicação. São Paulo: Paulus, 2009.

MARCONDES FILHO, C. Ensaio sobre a incomunicação. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, v. 9, n. 17, 2012.

MARCONDES FILHO, C. O princípio da razão durante: o conceito de comunicação e a epistemologia moderna. Nova Teoria da Comunicação III – Tomo V. São Paulo: Paulus, 2010.

MARTINO, L. M. S. Epistemologia da alteridade: entre o erklären (explicar) e o verstehen (compreender) de outrem. Líbero, v. 19, n. 37-A, p. 101-108, jul./dez. 2016.

MARCHESINI, R. Nonhuman Alterities. Angelaki, v. 21, n. 1, p. 161–172, 2016.

MARTINO, L. M. S.; MARQUES, Â. C. S. A comunicação como ética da alteridade: pensando o conceito com Lévinas. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 42, n. 3, p. 21–40, set. 2019.

OLIVEIRA, R.; DANOWSKI, D. O pressuposto do excepcionalismo humano presente na filosofia moderna e sua crítica por Bruno Latour. Relato de iniciação científica. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2016.

PETERS, J. D. Communication: History of the Idea. In: DONSBACH, W. (Ed.) The International Encyclopedia of Communication. Oxford: Blackwell Publishing, 2008. p. 689-693.

PETERS, J. D. Introduction: The Problem of Communication. In: PETERS, J. D. Speaking into the Air: A History of the Idea of Communication. Chicago: University of Chicago Press, 1999. p. 1-30.

PLOTINO. Enéadas IV. João Pessoa: Idea, 2022.

PORFÍRIO. Isagoge (Introdução às Categorias de Aristóteles). São Paulo: Matese, 1965.

RUSSELL, S. J; NORVIG, P. Inteligência artificial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

SANTAELLA, L. Neo-humano: a sétima revolução cognitiva do Sapiens. São Paulo: Paulus, 2022.

SANTAELLA, L.; NÖTH, W. Representações da alteridade nas mídias. Líbero, v. 20, n. 30, v. 12, n. 24, p. 33-40, dez. 2009.

TRINDADE, A. S. C. E. DA; OLIVEIRA, H. P. C. DE. Inteligência Artificial (IA) Generativa e competência em informação: habilidades informacionais necessárias ao uso de ferramentas de IA Generativa em demandas informacionais de natureza acadêmica-científica. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 29, p. e–47485, 2024.

ZANON, A. O princípio da alteridade de Lévinas como fundamento para a responsabilidade ética. Perseitas, v. 8, p. 75–103, 2019.

Downloads

Publicado

2025-09-24

Como Citar

BARCELOS PEREIRA SALGADO, Tiago. Implicações comunicacionais nas relações com alteridades artificiais. Culturas Midiáticas, [S. l.], v. 24, 2025. DOI: 10.22478/ufpb.2763-9398.2025v24n.72922. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/cm/article/view/72922. Acesso em: 13 nov. 2025.