Transgeneridade forcluída

a representação das dinâmicas de violência em Alice Júnior e una Mujer Fantástica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2025v24n.72981

Palavras-chave:

transgênero, cinema latino-americano, relações de poder, forclusão do sujeito

Resumo

Como sujeitos dissidentes têm sido representados no cinema latino-americano? Partindo deste questionamento, elegeu-se como objeto de estudo os filmes Alice Júnior (2019) e Una Mujer Fantástica (2017), abordando as relações entre as protagonistas e as instituições sociais. A pesquisa visa identificar as relações de poder presentes em um campo discursivo hegemônico sobre a transgeneridade, a partir das personagens Alice e Marina. A metodologia é qualitativa, fundamentada em uma análise interpretativa sobre aspectos discursivos da transgeneridade, identificando cenas que evidenciem as relações de poder em que as personagens estão imersas, onde a forclusão do sujeito e a violência estão direcionadas a esses corpos trans. O cinema se apresenta como uma forma de reflexão e refração das relações de poder na sociedade contemporânea, produzindo novos olhares e questionamentos sobre a subjetividade trans.

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Biografia do Autor

Luan Ximenes Dias, PUC-Campinas

Mestre em Linguagens, Mídia e Arte pela Escola de Linguagem e Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Especialista em Comunicação Corporativa Estratégica e Gestão de Crise pelo Centro Universitário Armando Alvares Penteado (FAAP). Graduado em Relações Públicas pela PUC-Campinas. Membro do grupo de pesquisa Entre(dis)cursos: sujeitos e língua(gens), com linha de pesquisa em linguagens, poéticas e tecnologias. Desenvolve pesquisas a partir das temáticas de discurso, subjetividade e identidade, com interesse especial nos estudos queer, transgeneridade e travestilidade.

Eliane Righi de Andrade, PUC-Campinas

Professora na Escola de Linguagem e Comunicação, nos cursos de Letras e no Mestrado interdisciplinar Linguagens, mídia e arte da PUC-Campinas, onde desenvolve pesquisa nas temáticas de discurso, subjetividade, identidade e memória, na relação com grupos minoritarizados socialmente. Possui Bacharelado e Licenciatura em Letras Português e Inglês pela USP (1986/1988); Mestrado em Educação pela PUC-Campinas (2003) e Doutorado em Linguística Aplicada pela Unicamp (2008). Realizou estágio de Pós-doutoramento na Unicamp (2012), trabalhando com as representações de idosos em diferentes discursos midiáticos e suas narrativas de vida. Atualmente coordena juntamente com o professor Tarcísio Silva o grupo de Estudos Raça, Cultura e Decolonialidade no Centro de Estudos Africanos e Afrobrasileiros Dra. Nícea Quintano Amaro da PUC-Campinas; é membro do GT Práticas Identitárias na Linguística Aplicada, da ANPOLL, e da rede interinstitucional DiASPoRA - Discursos de/sobre Acolhimento: Saber, Poder, Refúgio e Alteridade, no qual desenvolve pesquisa com narrativas de sujeitos em situação de vulnerabilidade.

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Publicado

2025-09-24

Como Citar

XIMENES DIAS, Luan; RIGHI DE ANDRADE, Eliane. Transgeneridade forcluída: a representação das dinâmicas de violência em Alice Júnior e una Mujer Fantástica. Culturas Midiáticas, [S. l.], v. 24, 2025. DOI: 10.22478/ufpb.2763-9398.2025v24n.72981. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/cm/article/view/72981. Acesso em: 14 nov. 2025.