A agência africana e a localização psicológica como categorias afrocêntricas:
desconstruindo estereótipos e favorecendo a afirmação identitária do povo negro na EJA
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2527-1083.2025v12.73393Palavras-chave:
Afrocentricidade; Educação de Jovens e Adultos; População Negra.Resumo
O presente artigo resultou da pesquisa de doutorado intitulada A população negra nos livros didáticos de Biologia: uma análise afrocentrada por uma educação antirracista. Nele, busca-se argumentar como as categorias afrocêntricas, especialmente as de agência africana e de localização psicológica, podem contribuir na desconstrução de estereótipos raciais e na promoção da afirmação identitária de estudantes negros na Educação de Jovens e Adultos (EJA). A Afrocentricidade, enquanto conceito, surge na década de 1980 como uma crítica à marginalização das culturas africanas e negras nos currículos e práticas educacionais e tem como precursor o educador e pesquisador afro-americano Molefi Kete Asante. A discussão dessas categorias afrocêntricas na EJA cria um contexto educacional mais inclusivo e empoderador ao promover o reconhecimento e a valorização das identidades culturais e históricas desse público. Tal abordagem facilita a permanência e o sucesso dos alunos, pois gera um ambiente que respeita suas vivências e contribui para superar barreiras educacionais e sociais. O artigo destaca a relevância de incorporar as categorias afrocêntricas nas práticas pedagógicas da EJA, reconhecendo e valorizando a identidade dos estudantes negros. Essa prática favorece um espaço inclusivo que reflete suas experiências culturais, desconstrói estereótipos raciais e fortalece seu desempenho acadêmico. Nesse contexto, a valorização das relações étnico-raciais é, portanto, fundamental para transformar a educação e promover a justiça social.
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