LEITURAS, CONEXÕES E CONTRADIÇÕES DA REFORMA AGRÁRIA BRASILEIRA: PERÍODO BOLSONARO (2019-2022)

Resumo

Este artigo é uma continuação do artigo intitulado: Leituras, conexões e contradições da Reforma Agrária brasileira, publicado na Revista OKARA, v. 16, número 2, páginas 383-470, ano 2022. Neste artigo, retomamos os estudos dos fluxos e refluxos dos processos que envolve a Reforma Agrária brasileira durante o mandato de Jair Bolsonaro do Partido Liberal (PL), que compreende os anos de 2019 a 2022. O objetivo deste trabalho é analisar os contextos políticos/econômicos, as conexões, os conflitos de interesses que se expressam no Brasil no que se refere a temática agrária e do Programa da Reforma Agrária brasileira no período Bolsonaro, fazendo uma análise comparativa dos últimos 25 (vinte e cinco) anos, e dos 05 (cinco) últimos mandatários do executivo federal. O período Bolsonaro foi marcado como um dos mais difíceis vividos pelos movimentos sociais, pelos camponeses, pelos povos originários e para as pessoas que defendem uma sociedade mais igualitária e mais justa. Programa de Reforma Agrária, como política de Estado, esta esteve na mira do governo Bolsonaro desde o período de campanha. As ações violentas de suas falas sobre os movimentos sociais, sobre os assentados e sobre as pessoas que lutam por terra se materializaram em suas ações políticas. O governo Bolsonaro foi o que menos criou assentamentos rurais da Reforma Agrária, somente 49 (quarenta) no país inteiro e apenas 02 (dois), no Estado da Paraíba.  Durante o período Bolsonaro só foi incorporado 340 mil hectares ao Programa de Reforma Agrária. Foi o governo que menos investiu e incorporou terras improdutivas e devedoras ao Programa de Reforma Agrária. Metodologicamente, o trabalho em tela, procurou capturar informações e dados sobre as questões agrárias, políticas e programas, bem como ler as tensões e digressões existentes durante o período Bolsonaro. Para tanto, tivemos que procurar diversas linhas de pesquisas: a) bibliográficas: em artigos, Leis, pesquisas, entrevistas, relatórios e investigações jornalísticas; b) documentais; c) estatísticas, e por fim, como procedimento metodológico realizamos uma checagem e análise comparativa das informações. Vale ressaltar, que as informações do período Bolsonaro ainda estão em processo de divulgação. Como recorte territorial mais específico, elegemos o Estado da Paraíba, no intuito de fazermos uma comparação empírica dos processos e contextos que ocorrem no cenário nacional e seu alcance local.