HANNAH ARENDT E HANS JONAS:
QUESTÕES SOBRE A FINITUDE HUMANA E A TRANSFORMAÇÃO DA TÉCNICA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v16i3.72088Palavras-chave:
Ética, Homo faber, Natalidade, Política, TécnicaResumo
A proposta deste artigo é discutir sobre como a técnica moderna se tornou uma questão ético política proeminente. Para tanto, destacamos as contribuições teóricas de Hannah Arendt e Hans Jonas, ela enquanto teórica política e ele por sua filosofia da vida. O objetivo é explorar noções de natalidade, técnica e a sua transformação na modernidade, as quais são comuns aos autores. A despeito do fato de Arendt não possuir uma obra centrada na questão tecnológica, tal como O princípio responsabilidade de Jonas, sua reflexão sobre o homo faber e o animal laborans contribuem para uma discussão acerca da técnica no mundo moderno. Assim, o principal argumento é que o homo faber, tal como descrito por Arendt e Jonas, aplicava técnicas de transformação e criação de artifícios importantes para a vida humana. Porém, a atividade que antes buscava formas de estabilizar a vida humana na Terra passou a ter como finalidade a modificação da própria condição humana. Neste contexto, a natalidade e a morte – como expressões da finitude humana – adquirem um espaço na reflexão sobre a técnica. Reflexão cujo caráter ético-político se explica, uma vez realçar a responsabilidade humana diante de tais transformações e suas implicações.
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