REVISANDO A VEROSSIMILHANÇA:
UMA ABORDAGEM PRAGMÁTICA E WITTGENSTEINIANA PARA SUPERAR A INCOMENSURABILIDADE
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v16i3.72955Palavras-chave:
Ensino de Ciências, Epistemologia, Gramática CientíficaResumo
Desde a publicação de A Estrutura das Revoluções Científicas de T. S. Kuhn, o desafio de superar a incomensurabilidade entre paradigmas distintos tem sido central na filosofia da ciência e no ensino. A questão essencial permanece: como ensinar a Teoria da Relatividade Geral a partir de paradigmas aparentemente incomunicáveis, como a Teoria da Gravitação Universal de Newton? Este artigo propõe uma modificação do conceito de verossimilhança, originalmente desenvolvido por Popper para medir a diferença entre conteúdos verdadeiros e falsos nas teorias. A proposta destaca como a verossimilhança pode ajudar a superar a incomensurabilidade entre paradigmas e orientar a escolha entre teorias científicas. A fundamentação teórica se baseia nas contribuições de Laudan, Da Costa e na filosofia de Wittgenstein. Reformulamos o conceito de verossimilhança, substituindo elementos veritativos por medidas que envolvem problemas solucionados e anômalos. Além disso, sugerimos uma análise localizada da verossimilhança, explicando por que teorias "falsificadas" podem ser preferíveis a outras ainda não testadas, em determinados contextos. Esta abordagem oferece uma solução teórica para a incomensurabilidade e apresenta implicações práticas significativas para o ensino científico, proporcionando um novo quadro conceitual para a integração de teorias aparentemente discrepantes.
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