POR QUE O TEXTO É A ÚNICA EXPRESSÃO DA FILOSOFIA?
PENSAR E EXPRESSAR FILOSOFIA POR OUTROS MEIOS
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v16i3.75289Palavras-chave:
Filosofia, Expressão, Pluralismo filosóficoResumo
Este trabalho tem como objetivo investigar o paradigma e a hegemonia do texto filosófico como um dos elementos responsáveis por legitimar a maneira a qual o filósofo é formado, seus exercícios e práticas. Nossa inquirição inicial reside na indagação: seria correto afirmarmos, a partir da tradição filosófica, que só é possível fazer filosofia através dos textos já consagrados, dos autores considerados canônicos? Debruçando-nos sobre este questionamento a respeito da unicidade do texto no processo formativo e refletindo a respeito do papel do filósofo e suas práticas, outras questões e possibilidades nos surgem: enquanto filósofos formados por essas práticas e métodos, poderíamos nos expressar filosoficamente através de um outro meio, que não seja através do texto lógico-dedutivo? Como o movimento de explicação e assimilação das ideias presentes em textos configura boa parte de nossa formação, ao questionarmos esta unicidade do texto como expressão realizamos uma investigação sobre nossa própria formação, sobre nós mesmos, pois ao investigarmos nossa formação e nossas heranças, podemos refletir sobre a possibilidade de se expressar filosoficamente por um meio que não o texto lógico-dedutivo.
Downloads
Referências
AGGIO, Juliana Ortegosa. Outros modos de se fazer filosofia. Disponível em: Le Monde Diplomatique Brasil. Publicado em: 30 mar. 2023.
AGGIO, Juliana. Filosofia como modo de vida democrático. In: SILVA FILHO, Waldomiro J. (Org.). Porque a filosofia interessa à democracia. Salvador: EDUFBA, p. 151-159, 2020.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. Prefácio de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense, 1987. v.1.
CABRERA, Júlio. Diário de um filósofo no Brasil. 2.ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2013.
CABRERA, Júlio. O Cinema pensa: uma introdução à filosofia através dos filmes. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
CABRERA, Júlio. Filosofar acadêmico e pensamento insurgente (dis-pensando a filosofia a partir de Oswald de Andrade e Raul Seixas). REVISTA IDEAÇÃO, n. 35, jan./jul. p. 78–131, 2017.
DELEUZE, Gilles. Conversações. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34, 1992. (Coleção TRANS).
GARCIA, A. A filosofia e seu ensino podem colaborar para adiar o fim do mundo? Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2021.
GARCIA, A. Uma proposta de filosofia além da esfera verbal para um pensamento descolonizado. Griot : Revista de Filosofia, [S. l.], v. 19, n. 3, p. 211–229, 2019.
GELAMO, R.P. O Ensino da filosofia no limiar da contemporaneidade: O que faz o filósofo quando seu ofício é ser professor de filosofia? São Paulo: Cultura acadêmica, 2009.
GELAMO, R.; GARCIA, R. M.; RODRIGUES, R. Descolonizar a filosofia brasileira. Transformação: Revista de Filosofia, v. 44, n. 2, p. 1–22, 2021.
GOYA, W. A Força Espiritual da Palavra. 1. ed. Goiânia: Kelps, 2019.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Tradução de Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
MARGUTTI, P. Filosofia brasileira e pensamento descolonial. Sapere Aude, v. 9, n. 18, p. 223-239, 16 dez. 2018.
MARGUTTI, Paulo. História da filosofia do Brasil: o período colonial (1500 – 1822). São Paulo: Edições Loyola, 2013.
NIETZSCHE, Friedrich. Obras incompletas; seleção de textos de Gérard Lebrun; tradução e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho; Posfácio de Antônio Cândido. – 3. ed. – São Paulo: Abril Cultural, 1983.
ORTEGA Y GASSET, J. Kant: 1724-1924. Reflexiones de Centenario. Madrid, España: Revista de Occidente, 1929.
PALÁCIOS, Gonçalo Armijos. De como fazer filosofia sem ser grego, estar morto ou ser gênio. Goiânia: Editora da UFG, 1997.
RODRIGUES, A.; GELAMO, R. P. Ensino de filosofia: notas sobre o campo e sua constituição. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 35, n. 74, p. 813–853, 2021.
RODRIGUES, Augusto. Como nos tornamos os professores que somos: uma problematização da herança estruturalista nas práticas de ensinar e aprender filosofia. São Paulo: Cultura Acadêmica Digital, 2020.
SMANIOTTO, Edgar Indalecio. Quadrinhosofia: uma proposta metodológica para a classificação conceitual das histórias em quadrinhos quanto à sua abordagem filosófica. Revista Cajueiro, Aracaju, v. 2, n. 2, p. 236-273, maio/nov. 2020.
SLOTERDIJK, Peter. Regras para o parque humano: uma resposta à carta de Heidegger sobre o humanismo. Tradução de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2000.
THOREAU, Henry. Desobedecendo: Desobediência civil e outros escritos. Tradução e organização de José Augusto Drummond. Rio de Janeiro: Rocco, 1984.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Bruno Del Ciampo Garcia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).