PRÁTICAS EDUCATIVAS ESCOLARES E OS PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE
DOI:
https://doi.org/10.15687/rec.v18i3.71358Palavras-chave:
Subjetivação, Currículo, DocênciaResumo
Os estudos mais recentes sobre o currículo têm denunciado como os saberes e as práticas educativas que ocorrem dentro e fora das instituições escolares tem se constituído como uma das estratégias de subjetivação da docência. Assim, o presente estudo objetiva analisar como as práticas educativas escolares têm subjetivado a profissão docente. Possui um caráter bibliográfico constituído a partir de teorizações pós- estruturalistas e pós-críticas compreendendo assim, a ciência e a escrita, bem como as identidades, como inacabadas, instáveis e flutuantes. Nesse sentido, embasamo-nos, sobretudo, nas produções de Silva (1994, 1996, 1999 e 2000), Apple (1997), Apple e Teitelbaun (1991), Paraíso (2019) e Foucault (1993, 2002, 2004 e 2013). A pesquisa apontou que a prática de professores e professoras tem sido atravessada pela lógica neoliberal e pelos ditames do neoconservadorismo de modo cada vez mais sistemático. Essa interferência desestabiliza a autoria e os traços de liberdade e autonomia desses/as profissionais por serem expostos nos meios de comunicação. Todavia, há ainda quem ousa resistir e lutar. Temos nas salas de aula e, ao mesmo tempo, fora dela, docentes criando estratégias, fazendo fissuras e buscando brechas no currículo para (re/des)construir uma escola e uma sociedade, potencializando a produção de subjetividades outras.
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